Sou...
Sou
Sou o que sabe não ser menos vão
Que o vão observador que frente ao mudo
Vidro do espelho segue o mais agudo
Reflexo ou o corpo do irmão.
Sou, tácitos amigos, o que sabe
Que a única vingança ou o perdão
É o esquecimento. Um deus quis dar então
Ao ódio humano essa curiosa chave.
Sou o que, apesar de tão ilustres modos
De errar, não decifrou o labirinto
Singular e plural, árduo e distinto,
Do tempo, que é de um só e é de todos.
Sou o que é ninguém, o que não foi a espada
Na guerra. Um esquecimento, um eco, um nada.
Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda"
Jorge Luis Borges é uma companhia de há muitos anos.
ResponderEliminarDaquelas que são fiéis e que não se abandonam.
Aquele abraço, bfds para si e as princesas
Aquele abraço, boa semana para si e as suas princesas, Ricardo.
ResponderEliminarGosto muito de poesia JLB e a este poema fantástico juntaste uma foto a condizer.
ResponderEliminarBom feriado para ti e todos os teus