Um bonito dia de sol é o que nos acolhe no início do filme "La La Land", estamos em Los Angeles o trânsito está engarrafado numa auto-estrada e nada se move, depois, vamos seguindo então a música diferente que sai de cada carro parado, numa sinfonia pouco sincronizada, porque cada um escuta uma coisa diferente. Quando paramos, a música fica mais alta, a personagem sai do carro e começa a dançar. Os musicais são assim, serão sempre assim. A Caixa Geral de Depósitos é uma La La Land à nossa dimensão: um musical frenético onde às vezes o que parece menos interessar é o interesse público, a transparência de métodos. Ninguém é inocente, sabe-se que a CGD sempre foi um braço armado do Estado - e achamos que deve continuar a sê-lo - e isso foi ainda mais evidente desde a reforma de 1929, que funcionou como instrumento dócil das políticas de Oliveira Salazar. O problema é que, mesmo em democracia, se confundiu o poder estatal na CGD, tornando-a um pátio recreativo e ...