Escola Pública ou Privada...o Direito de Escolha!


Nota Prévia:

Aos costumes disse, estudei em escolas privadas e também frequentei o ensino público.

As minhas filhas, por nossa opção, estudam em escolas públicas, tendo as condições mais que indispensáveis para terem um excelente desempenho escolar.

Posto isto, sobre o "direito" a poder escolher entre a escola pública e a escola privada, convém ler este artigo da Jornalista Teresa de Sousa, publicado no jornal "Público" de domingo passado. Antes de opinar, temos que ter o cuidado de nos informarmos...

«(...) O ruído foi deixando o essencial de fora. Basta estar atento aos cartazes que aparecem nas manifestações para perceber que há nisto tudo uma enorme confusão. “Pago impostos, tenho direito a escolher a escola dos meus filhos”, resume perfeitamente a confusão instalada no debate. Não. Não tem esse direito. Os impostos que pagamos são para manter um ensino público que garanta da melhor forma possível um princípio base das democracias europeias: a igualdade de oportunidades.

(...) Qualquer família é livre de escolher a escola dos filhos: pública e, portanto, gratuita; privada e, portanto, pagando as propinas devidas.

(...) Vai restar alguma coisa desta gritaria sobre as escolas privadas que o Estado vai deixar de financiar? Duvido. A não ser a busca de uma primeira divergência entre Marcelo e Costa, o novo passatempo nacional.

(...) Poderiam ir todos inscrever-se no São João de Brito com as propinas pagas pelo Estado? Sabemos a resposta. Essa liberdade de escolha de que tanto se fala esbarra com a vontade dos colégios privados e com profundas desigualdades sociais. O Estado teria de superar essa falha privada, abrindo as portas a serviços públicos feitos apenas para os pobres. Resultado? Teríamos de ir até outros continentes menos desenvolvidos para os encontrar. Finalmente, os rankings mostram-nos que escola privada não significa melhor qualidade. Há de tudo. Todas as democracias, sem excepção, se debatem com os mesmos problemas e os vão resolvendo à sua maneira.

(...) Vale a pena olhar para o que se está a passar na Suécia, um país que já tinha escolaridade obrigatória no final do seculo XIX e que, com os outros nórdicos, era dado como um exemplo de sucesso na educação.

(...) O que hoje se sabe é que a Suécia caiu drasticamente nos rankings do PISA, obrigando a sociedade a fazer um grande debate sobre o que aconteceu. Pode haver muitas razões, mas uma delas está a merecer a máxima atenção. Nos anos 90, o sistema foi reformado de alto a baixo, transferindo para as escolas privadas a totalidade do ensino, devidamente financiado pelo Estado. São as chamadas free schools (escolas privadas financiadas directamente aos alunos, que podem escolher a que quiserem), que o anterior Governo britânico (liderado por Cameron) andou a estudar in loco para seguir o mesmo caminho, mas que agora os resultados suecos estão a pôr em causa.

(...) Dizia o ministro da Educação sueco, há já algum tempo, ao Guardian,“O sistema escolar não é um mercado em que cada um tem as mesmas possibilidades e a mesma informação”, disse ele. “Verificou-se que alguns pais, os mais educados e com mais recursos, são quem tem a possibilidade de exercer a escolha”.

Estamos a falar de um país muito rico e muito educado.»

Teresa de Sousa, in "Público", 29.05.2016

Boa tarde e boa semana.

Comentários

  1. Andei na escola pública (primária); mudei para um colégio privado (Jesuítas) onde estive até ao 9º ano; 10º e 11º no Liceu D. Duarte; 12º no Liceu José Falcão (públicas).
    As minhas filhas frequentam escolas privadas com propinas caríssimas.
    Que eu e a minha mulher pagamos.
    Ninguém sustenta a minha opção e as minhas escolhas.

    Todas as escolas que frequentei me transmitiram conhecimentos, educação, me fizeram crescer enquanto pessoa.

    Tão simples quanto isto.

    Aquele abraço

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