Os amigos...
Os amigos
Esses estranhos que nós amamos
e nos amam
olhamos para eles e são sempre
adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis
Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor
José Tolentino de Mendonça
De Igual Para Igual
Querido Ricardo.
ResponderEliminarNão conhecia este poema sobre a amizade. É lindo...lindo!
Se permitires, vou guardá-lo na pasta dos meus poemas preferidos.
Com toda a certeza... é assim todo o amor!
Ricardo, então está combinado. Quando vieres ao Porto avisa-me. Terei o maior prazer em ver-te mais às tuas quatro meninas.
Beijinhos