Os miúdos e a...morte!

Que todos temos uma relação, que é um misto de medo/curiosidade, com a morte é indesmentível, mas como explicar a um petiz de 6 anos (acabados de completar) que quando morrermos encontra-mo-nos noutro lugar bom para se viver.

Vem isto a propósito das dúvidas existenciais da Clara, minha filha do meio, que apesar de ser muito reservada, o mesmo será dizer calada, de quando em vez tem estas conversas profundas que nos deixam assim meio para o embaraçado com tanta e tão certeira pergunta.

No domingo passado, enquanto passeávamos, a Clarinha ia lá com os seus pensamentos e eis se não quando atira com a primeira pergunta: 

A Doris está perto de morrer? (isto porque tinha visto um túmulo antigo com cerca de 400 anos numa Fortaleza que fomos visitar)
Resposta:
Não, Clarinha, ainda falta algum tempo!!!

Outra pergunta:
Podemos tê-la num túmulo destes em casa?
Resposta:
Não!

Pergunta:
Então para onde é que ela vai?
Resposta:
Ainda não pensamos nisso!!! (é verdade não pensamos, mesmo!!!)

Pergunta:
Vai para o céu?
Resposta:
Vai!!! E um reforço na resposta por parte da Catarina (mais velha): Vamos todos para o céu, não é verdade Mamã?
Resposta:
É!!!

Nova pergunta da Clara:
Podemos comprar outro cão?
Resposta, em uníssono, minha e da mãe:
NÃO!!!

Nova pergunta:
E se nós comprarmos um cão?
Resposta, minha:
Podem comprar quando tiverem a vossa casa, e sejam vocês a tratar dela!!!

A morte é algo que ainda me custa explicar às miúdas, mas, cada vez mais, sinto que tenho que trabalhar isso em mim, trabalhar para que não fique inibido com tão embaraçosas questões.

Comentários

  1. Curiosidade natural das crianças.

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  2. É isso Ricardo, tens que te preparar para explicar à Catarina, à Constança e à Clarinha que a morte é algo inexorável com a qual um dia temos que lidar. Mas devagarinho que elas ainda são muito pequeninas, e é tão difícil aceitar a perda de quem se gosta.
    Um abraço e beijinhos para as tuas quatro meninas.
    Janita

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